quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O curriculum mortis e a reabilitação da autocrítica


Leandro Konder
A sociedade, modernizada, precisa de organização, eficiência. Para obter um emprego, para conseguir uma promoção, fazer carreira, o sujeito precisa exibir suas qualidades, ostentar seus êxitos. Já existem até manuais que ensinam o cidadão a preparar seu curriculum vitae. A trajetória ascensional de cada um depende dessa peça de literatura, que lembra as antigas epopéias, porque nelas o protagonista – o herói – só enfrenta as dificuldades para poder acumular vitórias. Os obstáculos servem apenas para realçar seu valor. O passado é reconstituído a partir de uma ótica descaradamente “triunfalista”.
Evidentemente, trata-se de uma imagem que não corresponde à realidade. Em sua imensa maioria os seres humanos não são campeões invictos, não são heróis ou semideuses. Se nos examinarmos com suficiente rigor e bastante franqueza, não poderemos deixar de constatar que somos todos marcados por graves derrotas e amargas frustrações. Vivemos uma vida precária e finita, nossas forças são limitadas, o medo e a insegurança nos freqüentam; e nada disso aparece no curriculum vitae de cada um de nós.
O curriculum vitae é a ponta do iceberg: ele é o elemento mais ostensivo de uma ideologia que nos envolve e nos educa nos princípios do mercado capitalista; é a expressão de uma ideologia que inculca nas nossas cabeças aquela “mentalidade de cavalo de corrida” a que se refere a escritora Dóris Lessing. Não devemos confessar o elevado coeficiente de fracasso de nossas existências, porque devemos ser “competitivos”. Camões, o genial Camões, autor de tantos poemas líricos maravilhosos, não poderia colocar em seu curriculum vitae o verso famoso: “Errei todo o discurso dos meus anos”.
A ideologia que se manifesta no curriculum vitae, afinal, aumenta as nossas tensões internas, porque nos dificulta a lucidez e a coragem de assumir o que efetivamente somos; nos obriga a vestir o uniforme do “super-homem”, a afetar superioridades artificiais. Além disso, ela incita à mentira, gera hipocrisia. Por sua monstruosa unilateralidade, a imagem do vitorioso, que ela nos obriga exibir, empobrece o nosso conhecimento de nós mesmos, prejudica gravemente a sinceridade da nossa auto-análise.
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O curriculum mortis e a reabilitação da autocrítica

Leandro Konder
A sociedade, modernizada, precisa de organização, eficiência. Para obter um emprego, para conseguir uma promoção, fazer carreira, o sujeito precisa exibir suas qualidades, ostentar seus êxitos. Já existem até manuais que ensinam o cidadão a preparar seu curriculum vitae. A trajetória ascensional de cada um depende dessa peça de literatura, que lembra as antigas epopéias, porque nelas o protagonista – o herói – só enfrenta as dificuldades para poder acumular vitórias. Os obstáculos servem apenas para realçar seu valor. O passado é reconstituído a partir de uma ótica descaradamente “triunfalista”.
Evidentemente, trata-se de uma imagem que não corresponde à realidade. Em sua imensa maioria os seres humanos não são campeões invictos, não são heróis ou semideuses. Se nos examinarmos com suficiente rigor e bastante franqueza, não poderemos deixar de constatar que somos todos marcados por graves derrotas e amargas frustrações. Vivemos uma vida precária e finita, nossas forças são limitadas, o medo e a insegurança nos freqüentam; e nada disso aparece no curriculum vitae de cada um de nós.
O curriculum vitae é a ponta do iceberg: ele é o elemento mais ostensivo de uma ideologia que nos envolve e nos educa nos princípios do mercado capitalista; é a expressão de uma ideologia que inculca nas nossas cabeças aquela “mentalidade de cavalo de corrida” a que se refere a escritora Dóris Lessing. Não devemos confessar o elevado coeficiente de fracasso de nossas existências, porque devemos ser “competitivos”. Camões, o genial Camões, autor de tantos poemas líricos maravilhosos, não poderia colocar em seu curriculum vitae o verso famoso: “Errei todo o discurso dos meus anos”.
A ideologia que se manifesta no curriculum vitae, afinal, aumenta as nossas tensões internas, porque nos dificulta a lucidez e a coragem de assumir o que efetivamente somos; nos obriga a vestir o uniforme do “super-homem”, a afetar superioridades artificiais. Além disso, ela incita à mentira, gera hipocrisia. Por sua monstruosa unilateralidade, a imagem do vitorioso, que ela nos obriga exibir, empobrece o nosso conhecimento de nós mesmos, prejudica gravemente a sinceridade da nossa auto-análise.
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O local é do perito!

ENTREVISTA / Elcio Carvalho da Costa, por Marina Lemle
Quem assiste a seriados de TV como CSI, Without a Trace e Crossing Jordan sabe a regra número um numa investigação criminal: o local do crime é do perito e deve ser preservado intacto pela polícia até a sua chegada.
Essa condição elementar, entretanto, nem sempre é respeitada. Para o presidente da Associação dos Peritos do Estado do Rio de Janeiro, Elcio Carvalho da Costa, o problema começa na falta de autonomia da perícia. Em 18 estados do Brasil, a perícia se reporta diretamente ao secretário de Segurança, mas não no Rio, onde ela é gerida pela Polícia Civil.
Nesta entrevista ao Comunidade Segura, o perito explica as principais reivindicações da classe para a melhoria do seu trabalho e conseqüentemente do resultado das investigações no estado. Ele fala ainda das ameaças veladas que os peritos sofrem e das transferências indesejadas a que estão sujeitos.
O que caracteriza o trabalho da perícia?
O trabalho pericial é voltado para a conformação de elementos e provas materiais que permitam à Justiça exercer eficazmente e irrefutavelmente o seu mister.
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http://www.forumseguranca.org.br/artigos/o-local-e-do-perito

Peritos criminais reivindicam melhorias para categoria

A categoria de peritos criminais se reuniu nesta quarta-feira (3) em Brasília para um café da manhã com parlamentares. Eles pedem apoio para a aprovação do PL 3653/97, de autoria do Deputado Federal Arlindo Chinaglia (PT SP), que estabelece que as perícias oficiais de interesse do Estado serão efetuadas por peritos integrantes de quadro permanente de órgão especializado. A categoria pediu o apoio da Senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) na aprovação do projeto e também na elaboração de um novo projeto que ajude os peritos a obterem porte de arma. Segundo eles, muitos profissionais correm risco de vida ao efetuarem seus trabalhos.
Serys solicitou à consultoria do Senado Federal que estude a possibilidade de produção de um projeto que vá de encontro com os anseios da categoria. "Esperamos que os peritos conquistem seus direitos e vamos fazer o que está em nosso alcance para ajudar. Poderemos produzir algo novo, de modo que saia de maneira articulada e que atenda a todos", prometeu Serys.
Assessoria Senadora Serys Slhessarenko (PT-MT)
(61) 3311-2239 / 8134-1797 (Michelle Araujo)

Anjos do Picadeiro











Anjos do Picadeiro 7
Os preparativos já estão a todo o vapor para que mais uma edição do Anjos do Picadeiro aconteça e para que possamos reafirmar nossa crença em nosso ofício.
Em 2008 o encontro volta ao Rio de Janeiro, sua cidade de origem, buscando tomar fôlego para vôos futuros. Paradoxalmente, o encontro será menor e ao mesmo tempo maior. Explico: devido aos recursos captados até agora, poderemos convidar menos pessoas, porém o encontro será realizado em duas semanas. Durante esses 15 dias, pretendemos fazer com que os participantes possam degustar cada etapa do encontro.
Iniciaremos com o módulo formação, com a realização das oficinas com Jango Edwards, Ésio Magalhães, Guga e Jesús Díaz, de 24 a 28 de novembro. O módulo extensão será realizado nos dias 29 e 30 e os intercâmbios/residências se darão com a montagem de galas dirigidas pelos diretores palhaços Jango Edwards e Hugo Possolo, de 1 a 3 de dezembro. O módulo exibição, com mostra de espetáculos e mesas de discussão, será de 3 a 7 de dezembro. Vamos homenagear Chico Anysio, Palhaço Treme Treme e Carlo Colombaioni (*1924 - † 2008).
Este ano teremos uma novidade: a revista eletrônica, pilotada por Sérgio Machado, dando mais dinâmica ao encontro. E nosso blog www.picadeiroquente.blogspot.com continua no ar e estará aberto aos seus comentários durante o encontro. Todos poderão fazer críticas de espetáculos e comentários das vivências desses 15 intensos dias.
O tema que guiará nossas discussões “Da aldeia à universalização do riso” suscita uma questão latente nesses mais de 10 anos de Anjos do Picadeiro: no universo cômico ainda vivemos a tradição da aldeia ou estamos submetidos aos paradigmas da Aldeia Global?
Então, preparem suas malas e venham refletir e celebrar conosco.
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Almanaque do Mauro Santayana: O espelho ianque

É sempre atual a dúvida se o poder corrompe os homens, ou os homens corrompem o poder. Acton ficou famoso pela frase de ocasião, extraída de carta a um amigo: ''o poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe de forma absoluta (power tends to corrupt, and absolute power corrupts absolutely). A frase tem sido traduzida sem a moderação do verbo tend como se todo poder corrompesse, o que não corresponde exatamente ao pensamento de Acton. O grande publicista britânico disse que todo poder é passível de corrupção. Isso, naturalmente, depende do caráter de quem o exerce. Mas, liberal na expressão clássica do pensamento político, Acton previne - sem qualquer concessão - que toda corrupção de um poder absoluto é absoluta. Podemos então concluir com o companheiro de Gladstone, que, em todas as situações de poder, é possível a existência de corruptos e incorruptíveis. Os corruptos levam sua própria corrupção ao poder, como o hálito carrega as bactérias, mas nem todos que participam do poder se deixam contaminar. Há os moralmente imunes à infecção. Sem a vigilância da liberdade, o poder absoluto não encontra freios éticos.
Da mesma forma que estamos enfrentando a corrupção do parlamento e de agentes do poder executivo (agravada nos últimos 11 anos), os Estados Unidos passam por situação semelhante. As confissões do lobista Jack Abramoff (cujas atividades lembram, de perto, as de Marcos Valério) ocupam as primeiras páginas dos grandes jornais americanos e suas colunas políticas.
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Adornos natalinos!


Verba federal para SC continua retida na burocracia


O excesso de chuva não é o único problema de Santa Catarina. Os flagelados catarinenses enfrentam um outro inimigo, invisível: a burocracia.
Nem o governo do Estado nem as prefeituras dos municípios inundados enviaram a Brasília os papéis necessários à liberação de verbas prometidas por Lula.
Em ofício datado de 26 de novembro, o ministério da Integração Nacional informou às autoridades catatinenses que reservara R$ 40 milhões.
Dinheiro para a assistência emergencial. Que seria acrescido de novas cifras à medida que a tragédia fosse exigindo.
Para pôr a mão no dinheiro, a equipe do governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e os prefeitos catarinenses teriam de enviar a Brasília um lote de documentos.
Até a semana passada, eram 39 os papéis exigidos. Esse número caiu para quatro depois que Lula editou um decreto concebido para tornar mais ágil o processo.
O decreto saiu junto com a medida provisória em que o governo destinou R$ 1,6 bilhão para a assistência às vítimas de enchentes nos Estados do Sul e do Sudeste.
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Renan usa discurso anti-Lula para mobilizar o PMDB


Em reunião realizada nesta quarta (3), o PMDB decidiu que terá um candidato à presidência do Senado.
A portas fechadas, Renan Calheiros (AL) fez a intervenção mais enérgica.
O "aliado" de Lula falou como se estivesse a caminho da oposição.
Renan disse aos colegas que é hora de o PMDB pensar menos no governo e mais em si mesmo.
Afirmou que a legenda já ajudou demais o governo. Aprova todas as medidas provisórias que aportam no Congresso.
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Pitta culpa Operação Satiagraha por atraso na pensão da ex-mulher; veja

O ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (PTB) reapareceu em público na noite desta quarta-feira, após ficar foragido desde o dia 19 de novembro, quando foi decretada sua prisão por não comparecer à audiência que julgaria a revisão da pensão alimentícia que ele paga à ex-mulher Nicéa Camargo.
No videocast a seguir, Pitta responsabiliza a Operação Satiagraha--que investiga crimes financeiros-- pelas dificuldades que diz passar no momento e pelo atraso no pagamento da pensão.
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http://www.ejornais.com.br/jornal_folha_online.html

Os impactos políticos da crise econômica


O fantasma das rebeliões
Finalmente, sobre este pano de fundo de deve e pode calcular o impacto da nova crise econômica mundial. Será prolongado e deverá atingir todas estas "zonas de fratura", acentuando suas tendências mais perversas. Por isto, neste momento, apesar de que se fale muito de economia, existe um outro fantasma que ronda o mundo e assusta mais os seus dirigentes: o fantasma das rebeliões.
José Luís Fiori
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Férias coletivas para mais de 121 mil e demissões podem passar de 10 mil

RIO e SÃO PAULO - As férias coletivas estão sendo antecipadas em muitas empresas por causa das turbulências da crise financeira. Reportagem do Globo indica que pelo menos 121.500 trabalhadores de vários setores da economia entraram ou devem entrar em férias coletivas neste fim de ano, enquanto outros 8.200 devem perder emprego nos próximos meses, somando-se aos 2.510 que já foram demitidos desde novembro. Os maiores impactos são registrados nos setores automobilístico, siderúrgico e de mineração, eletroeletrônico, petroquímico e de papel e celulose, entre outros. Para tentar conter uma a onda de demissões, o governo estuda um pacote de medidas.
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Fim do Fator em discussão

Ministro e centrais negociam alternativa aos projetos de lei que aumentam valores de aposentadoria
Brasília - Senadores e representantes de aposentados viraram mais uma noite na terceira vigília no Senado, em defesa da aprovação dos projetos de lei que propõem recomposição dos benefícios em salários mínimos, reajuste único e fim do fator previdenciária. O senador Paulo Paim (PT-RS), autor dos três projetos de lei, anunciou durante a vigília que o deputado Pepe Vargas (PT-RS), relator do projeto de lei do Senado (PLS 296/03) na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara, vai defender o fim do fator.O assunto será tema de reunião hoje, entre o ministro da Previdência, José Pimentel, e líderes das centrais sindicais. O governo pode fazer uma proposta alternativa aos projetos de lei de Paim — que pode ser reajuste intermediário para os aposentados e pensionistas do INSS que ganham até três mínimos — em troca do fim do fator, que reduz o rendimento dos trabalhadores na concessão do benefício.
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União: Licença-maternidade de 6 meses está perto de se tornar realidade

Rio - A licença-maternidade de seis meses (180 dias) para as servidoras federais está muito perto de se tornar realidade. Segundo o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar, nos próximos dias, decreto instituindo o Programa de Prorrogação da Licença-Maternidades para esse grupo do funcionalismo da União. Serão beneficiadas pelo novo programa todas as funcionárias de cargo efetivo, comissão ou emprego público de órgãos ou entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo. Segundo Paulo Bernardo, terão direito ao benefício tanto as servidoras gestantes que deram à luz a partir da data da publicação da lei, como servidoras que adotaram crianças até um ano.
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http://odia.terra.com.br/economia/htm/uniao_licenca_maternidade_de_6_meses_esta_perto_de_se_tornar_realidade_216638.asp

Microfones nas escolas públicas

A idéia é evitar que professores tenham problemas nas cordas vocais – hoje o maior motivo de faltas
Rio - A Secretaria Estadual de Educação vai fazer, no próximo dia 9, uma licitação para a compra de 20 mil microfones e amplificadores: os conjuntos irão para todas as salas de aula das 1.600 escolas da rede.
O equipamento é para tentar acabar com um dos maiores problemas enfrentados pelos professores — não é lá muito fácil dar aulas o dia inteiro contando apenas com a força da garganta. Pior é que, de um modo geral, as turmas não primam pelo silêncio em sala de aula.
CORDAS VOCAIS
O governo quer reduzir os casos de professores que apresentam problemas nas cordas vocais. Esta é uma das principais causas de afastamento das salas de aula.
http://odia.terra.com.br/educacao/htm/microfones_nas_escolas_publicas_216648.asp

Dantas deflagra guerra entre Gilmar Mendes e De Sanctis

BRASÍLIA - O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, enviou nesta quarta representação ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, a fim de que "tome as medidas necessárias" relativas a fatos relatados pelo juiz Fausto de Sanctis, na sentença condenatória do banqueiro Daniel Dantas a 10 anos de prisão. Segundo a assessoria de Gilmar Mendes, ele se sentiu diretamente atingido em trechos da sentença de 300 páginas (pp. 281 e 282), na qual o juiz afirma que o coronel da reserva do Exército Sérgio de Souza Cirillo – supostamente ligado ao grupo de Dantas – foi nomeado assessor principal do gabinete do secretário de Segurança do STF, em 30 de julho último, três meses depois de deflagrada a Operação Satiagraha.
Tanto Sérgio Cirillo como seu superior, coronel Joaquim Gabriel Alonso Gonçalves, foram exonerados de seus cargos em outubro por motivos "administrativos", conforme a Secretaria de Comunicação Social do tribunal. Apurou-se que a demissão teve como causa um "entrevero" entre eles e os responsáveis pela segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em outubro, quando eram tomadas providências de rotina referentes à segurança do presidente, que iria ao STF para a inauguração da exposição sobre os 200 anos da Corte.
Objetivos espúrios
Da longa sentença do juiz De Sanctis, consta a seguinte referência ao coronel da reserva que ocupava cargo de confiança na Secretaria de Segurança do Supremo: "O relatório parcial-extrato telefônico elaborado pela Polícia Federal na linha nº 11-XXXX-1950, em confronto com o número utilizado pelo delegado da PF Protógenes Queiroz (61-XXXX-6691), a partir dos extratos solicitados pelas defesas de Hugo Chiaroni e de Humberto José Rocha Braz, demonstra, de forma inequívoca (...), o seguinte: Hugo Chiaroni, que se apresentava como integrante do Instituto Sagres - Política e Gestão Estratégica Aplicadas, segundo ele próprio e os delegados Protógenes Queiroz, Marcos Antônio Lino Ribeiro e Ricardo Saadi, ligou para Sérgio de Souza Cirillo, especialista em guerra eletrônica, com experiência profissional na área de inteligência e contra-inteligência, oficial do Exército e que provavelmente se conheciam porque este também é vinculado ao referido instituto, nove vezes, no período de 4/6/2008 a 7/7/2008 (...). Tal fato revela, pois, que os acusados, para alcançar seus objetivos espúrios, dias antes de oferecer e pagar vantagem às autoridades policiais, atuavam sem medir esforços em suas ações na tentativa de obstrução de procedimento criminal, tentando espraiar suas ações em outras instituições. Sérgio de Souza Cirillo foi, posteriormente, nomeado, em 30/7/2008, como assessor, figurando como substituto do secretário de Segurança do STF, e, finalmente, exonerado em 6/10/2008".
O coronel Cirillo disse ao JB que "vai aguardar a comunicação oficial para se manifestar". Admitiu que tinha ligações com Chicarone apenas "por conta de sua participação no Instituto Sagres".

Pajelança no PMDB do Rio

São cada vez mais constantes os encontros do ex-governador do Rio Anthony Garotinho com o presidente da Alerj, Jorge Picciani. Almoçaram animados ontem.
Picciani está praticamente candidato ao Senado. Garotinho tem dúvidas se pousa no PSDB ou não. Mas concorrerá ao governo.
http://http://www.jblog.com.br/informejb.php?itemid=10757

Tenente admite na Câmara que torturou guerrilheiros

BRASÍLIA - O tenente da reserva José Vargas Jiménez surpreendeu os membros da Comissão Especial de Anistia (CEA) da Câmara ao confessar nesta quarta que torturou ativistas do PCdoB para arrancar confissões que levaram os militares a aniquilar a Guerrilha do Araguaia.
– Confirmo que torturei. Já pedi a Deus o meu perdão. Estava numa guerra e tive de cumprir ordens – disse o militar, que se transformou no primeiro comandante de grupos de combate a admitir oficialmente o que as Forças Armadas negaram nos últimos 35 anos.
Revelado no dia 22 de março deste ano, em reportagem publicada pelo Jornal do Brasil, o relato de Jiménez tem os detalhes do plano militar e a autenticidade de quem esteve no teatro de operações como combatente. Ele conta que para quem entrou na selva a partir de outubro de 1973 a ordem era exterminar a guerrilha – "atirar primeiro e perguntar depois" – a qualquer custo. Comandante de um grupo de 10 homens especializados em combates na mata, o tenente ficou na região de 2 de outubro de 1973 a 27 de fevereiro de 1974, período em que foram mortos, segundo suas próprias anotações, 32 guerrilheiros. Ele mesmo aprisionou um camponês e um guerrilheiro (Antônio de Pádua Costa, o Piauí, que figura na lista dos desaparecidos). Mas viu vivos vários outros ativistas que depois também desapareceriam.
Na confissão que mais chocou os deputados, Jménez detalhou o método que usou para torturar um camponês. Disse que, como o preso se recusava abrir o que sabia sobre a guerrilha, amarrou-o num pau viveiro de formiga, com o corpo lambuzado de açúcar e a boca cheia de sal. Quando as formigas começaram a picar, o camponês não aguentou e começou a contar tudo.
– É hipocrisia dizer que não houve tortura – afirmou.
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Estado vai assumir obrigações da Previ-Banerj

RIO - A Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta quarta-feira, em discussão única, o projeto de lei 1.848, que autoriza o Poder Executivo, autor da proposta, a assumir as obrigações da Previ-Banerj com os participantes, pensionistas e dependentes que não tenham aderido ao Contrato de Assunção de Obrigações em Negócio Jurídico celebrado entre o Estado e a instituição, que está em liquidação extrajudicial. O projeto autoriza o Governo a reabrir o prazo para adesão ao contrato.
- Esta medida agilizará a conclusão do processo de liquidação da Previ-Banerj, que já se arrasta há anos - resume o líder do governo na Casa, deputado Paulo Melo (PMDB).
O texto será encaminhado para a sanção do governador. De acordo com o texto, a adesão poderá acontecer de duas formas: ou através do pagamento de uma renda mensal nos moldes da suplementação devida – cujo valor inicial será calculado em função do último salário de contribuição para a Previ-Banerj corrigido; ou pelo pagamento, em uma vez, do crédito titularizado pelo aderente.

Demora de kits atrasa o combate contra dengue no Rio

RIO - A alternância de sol e chuva por que passou o estado nas últimas duas semanas – quando foi registrado o maior volume d'água dos últimos sete anos, intercalado com temperaturas de até 35 graus – compôs o ambiente ideal para a proliferação da dengue. Apesar de o último Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes (Lira) ter diagnosticado uma situação preocupante em várias regiões, em especial na Zona Norte, várias associações de moradores reclamam que, até agora, as ações têm sido meramente educativas.
Várias dessas regiões deveriam ter iniciado o combate nesta semana, segundo a própria Secretaria Estadual de Saúde, mas a ação foi adiada devido ao atraso na entrega de 4 mil kits da empresa responsável.
Os 620 militares convocados pelas Forças Armadas para ajudar no combate à dengue sequer foram treinados. Segundo Mário Sérgio Ribeiro, gerente de Risco Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde, o treinamento será iniciado na próxima segunda-feira com cerca de 400 militares do Exército, que ficarão de prontidão. Quando os militares estiverem em sala de aula, os mosquitos já poderão estar prontos para atuar. Depois de chover quase dois litros por metro quadrado nos últimos 15 dias – recorde em sete anos neste período – o ClimaTempo prevê calor de até 30 graus no domingo.
– A conjunção de chuva e sol favorece muito à procriação do mosquito – explica o epidemiologista Roberto Medronho. – O período de 30 dias que o Aedes leva para se transformar em adulto pode ser encurtado para 15 ou 20 dias.
Cerca de 800 bombeiros já estão atuando na Tijuca, Ilha do Governador, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, enquanto as demais regiões esperam o kit com larvicidas adquiridos pelo estado, que só chegará semana que vem devido a uma confusão que o distribuidor teve com alguns ítens. Ao todo, cerca de 1.500 bombeiros vão combater os focos no estado.
– As variações de temperatura aceleram o metabolismo, e o controle do vetor tem de ser feito neste período – admite Ribeiro. – A previsão era de que começássemos na segunda-feira, mas vamos iniciar na próxima semana devido a um atraso na entrega dos kits.
Escassez de agentes
Por causa da escassez de agentes de saúde, um acordo junto à prefeitura definiu que o estado destinaria bombeiros para o combate à dengue no Centro, Zona Sul e regiões da Zona Norte como Engenho Novo e Méier – onde, segundo o Lira, o índice de infestação está em 5,7%, considerado extremamente preocupante pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que tolera apenas 1%.
– Temos muitos terrenos baldios e caixas d'água sem tampa – reclama Sérgio Ricardo, primeiro-secretário da Associação de Moradores do Jacarezinho, no Méier. – Há três semanas houve uma ação de conscientização, mas já deveria haver agentes em busca de focos.
A informação contraria a Secretaria Municipal de Saúde que, em nota, informou que 2.100 agentes estão na região – considerada a mais preocupante, ao lado de Madureira, Penha e Ilha do Governador. Segundo a nota, o Rio está atravessando "um período muito propício à proliferação de mosquitos, incluindo o Aedes aegypti. Calor e umidade são fatores que aceleram o ciclo biológico deles". Por isso, conclui, "estamos direcionando as vistorias dos agentes de saúde para esses possíveis criadouros e alertando a população".

Aumento aprovado

A proposta de aumento para os servidores do Poder Legislativo foi aprovada ontem pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), com o texto igualado aos projetos de aumento para servidores do Ministério Público e da Justiça: 5% retroativos a 1º de setembro. A alteração, acordada no Colégio de Líderes, foi apoiada por 45 deputados. Quatro parlamentares tentaram manter o reajuste defendido inicialmente, que era de 7,3% retroativos a maio. O presidente Jorge Picciani (PMDB) justificou a redução em plenário. Segundo ele, o reajuste de 7,3% já foi uma solução encontrada pela Mesa Diretora para nivelar propostas em tramitação na Casa.