segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Tempos Modernos


Coluna do Servidor: Garantia de empréstimo

Rio - O Estado do Rio criou mais uma medida para que os bancos continuem oferecendo empréstimos consignados aos servidores, apesar da incerteza do sistema financeiro para 2009. O Tesouro Estadual vai ajustar o cronograma de repasse de empréstimos pagos com recursos do Tesouro. A partir de dezembro, os repasses serão feitos apenas 10 dias após o desconto na folha do servidor. Hoje, o repasse demora 45 dias para os 50 bancos que oferecem o serviço e 75 dias para 90 associações consignatárias.
Segundo o secretário estadual de Fazenda, Joaquim Levy, essa ação é um tipo de estímulo fiscal para garantir que o crédito continue sendo distribuído ao funcionalismo. “Esse anúncio é muito importante por causa da crise global que estamos vivendo. Com essa atitude os bancos não têm desculpas para não conceder crédito”, explicou Levy. Com o novo prazo os bancos podem até diminuir as taxas de juros, que hoje estão limitadas a 2,60% ao mês. O secretário também informou que o Rio Previdência vai antecipar o calendário de repasse dos recursos retidos a título de empréstimo consignado na folha dos inativos.
Atualmente, há 400 mil contratos de empréstimos vigentes. Com destaque para 113 mil contratos na Polícia Militar, 53 mil nos Bombeiros e 11 mil na área da educação. Entre os servidores inativos, existem 261 mil empréstimos. Sendo 65 mil para policiais militares, 17 mil bombeiros e 60 mil na educação. A alteração do calendário vai representar um custo para o Tesouro de cerca de R$ 42 milhões. Para o Rio Previdência, R$ 38 milhões.

Obama e a ex-futura prostituta de Brasília

Barack Obama está sendo pressionado a matricular suas duas filhas numa escola pública de Washington --talvez seja mais fácil um negro se eleger presidente do que ele aceitar essa pressão. Afinal, as escolas públicas daquela cidade são conhecidas pelo péssimo desempenho, violência, drogas, especialmente entre os negros.
O que me intriga nesse debate é o fato de que a capital da nação mais poderosa do mundo tem dificuldade de lidar com a violência de seus alunos --e daí se vê a dificuldade que temos e vamos continuar tendo no Brasil, onde não dispomos, nem remotamente, de tantos recursos.
Por isso, recomendo a leitura de um livro chamado "A Pedagogia do Cuidado", do educador Celso Antunes, que está sendo lançado nesta semana, sobre a experiência da Casa do Zezinho, que fica no chamado "triângulo da morte" de São Paulo. São relatos de casos de educação contra a barbárie, fazendo com os que jovens se expressem e se encantem pelo conhecimento.
Um exemplo é a de uma menina que se prostituía na favela. Num truque pedagógico, Dagmar Garroux ofereceu-lhe então um treino para ser prostituta com muito dinheiro, preparada para trabalhar em Brasília. Isso implicou estudar mais e cuidar do corpo para valorizar a "mercadoria". A menina fez ensino médio, entrou num curso pré-vestibular, passou na USP e se formou em odontologia.
O caso, que está detalhado no www.catracalivre.com.br, mostra que não basta dinheiro para enfrentar a violência. É preciso oferecer espaço de sonho --por isso, a ex-futura-prostituta de Brasília virou dentista. E também um negro órfão, criado por uma avó, se tornou presidente.