terça-feira, 28 de outubro de 2008

Globo blinda governador

A cobertura dada pela TV Globo ao confronto entre policiais civis e militares, nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, foi um show de culinária. Não bastasse o silêncio durante a tarde, a edição de quinta-feira (16/10) do Jornal Nacional se esmerou em cozinhar textos de uma só fonte para oferecer um produto pouco informativo, incompleto e sem qualquer rigor na apuração. Entende-se. A correta contextualização dos fatos poderia arranhar a imagem do governador José Serra. E de um modo de governar que tem na incapacidade de negociação o DNA tucano.
Leia mais...

Abstenção recorde

O próprio presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, admitiu ontem que há algo de errado com o processo político brasileiro, em função da altíssima abstenção em um país onde o voto é obrigatório. Nada menos que 18,11% dos votantes não compareceram às urnas. E isso no segundo turno, quando o trabalho de escolha é bem mais simples, apenas entre dois candidatos. No primeiro turno a abstenção fora de 14,5%.Ayres Britto apontou a reeleição como um efeito complicador, em função da dificuldade de se fiscalizar o uso da máquina administrativa. Em São Paulo, por exemplo o prefeito reeleito Gilberto Kassab mesclava os atos de campanha com o o trabalho de conferência de obras. Sua aparições públicas como prefeito podem ser consideradas como publicidade disfarçada.Outro exemplo: no Rio, o governador Sérgio Cabral, apoiador do candidato Eduardo Paes, que venceu a eleição, antecipou o feriado do dia do servidor público para esta segunda-feira, o que, no entender do candidato adversário, Fernando Gabeira, favoreceu a abstenção ao esvaziar a cidade, sobretudo entre os eleitores que votariam nele.Cientistas políticos também avaliam que o descrédito dos políticos nacionais contribui para o desânimo do eleitor em ir às urnas. A obrigatoriedade do voto seria outro desestímulo, ainda mais quando o eleitor não se identifica ou não vê qualidades em nenhum dos candidatos que se colocam na disputa. A alegação da Justiça Eleitoral de que o voto é ½um direito, antes que um dever”, não convence.A reforma política, que poderia sanar vários desses problemas, se arrasta no Congresso, o que demonstra que os políticos acham que do jeito atual é que está bom. Uma das mudanças poderia ser a instituição do voto distrital, onde candidatos comprometidos com determinada região seriam os escolhidos para a disputa, isto na eleição para o Legislativo. O povo brasileiro já está suficientemente maduro para que o processo eleitoral seja modernizado, fazendo com que o Brasil emparelhe-se com as legítimas democracias do mundo.

E agora, José???


Base de apoio a Lula vai governar 72% do eleitorado brasileiro

BRASÍLIA - A base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai governar 93,5 milhões de eleitores nos municípios em todo o país. A fatia representa 72,5% do eleitorado brasileiro. A oposição ficou com 35,4 milhões de pessoas. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 128,9 milhões estavam aptos a votar no pleito deste ano.
A base de apoio a Lula no Congresso Nacional reúne uma legião de 16 partidos. São: PT, PMDB, PSB, PDT, PC do B, PRB, PR, PP, PTB, PV, PSC, PMN, PHS, PT do B, PTC e PRTB. A oposição é formada por PSDB, DEM, PPS e PSOL, que faz uma crítica de "esquerda" ao governo.
O bom desempenho da base governista foi "puxado", sobretudo, por PMDB e PT, os dois primeiros colocados no ranking. Juntas, as duas siglas ficaram com 48,8 milhões de eleitores - PMDB com 28,8 milhões e o PT, 19,9 milhões. Em terceiro lugar aparece o PSDB, que se consolida como a principal força da oposição, com 17,5 milhões de eleitores. O DEM vem a seguir: 15,9 milhões.
Leia mais...

Com gosto de corrimão de puteiro na boca

Foi por pouco e por muito pouco. Cinqüenta e cinco mil votos, 1,6% e Fernando Gabeira não se elegeu. Tudo bem, é inútil remanchar sobre o leite derramado, mas essa "derrota" merece, pelo menos uma leitura aprimorada de um dos seus aspectos.
Dia 28/10 é feriado, dia do servidor público. Via de regra, há muitos e muitos anos, este feriado costuma ser antecipado ou atrasado pelo governador para permitir um feriadão aos servidores. É praxe, nada há de estranho nisso. Estranha foi a data da eleição, que nunca havia ocorrido neste fim de semana em especial. Mas, vá lá, a máquina governamental fluminense, em especial o governador, nada tem que ver com essa escolha, certo?
Mas houve, de fato, uma abstenção acima do normal no Rio. Historicamente, a média do absenteísmo eleitoral carioca é de 14 a 15%. Foi assim no primeiro turno. Neste segundo turno, chegou a 20%. Pior: chegou a 25% nos bairros onde Fernando Gabeira tinha mais votos, em especial a Zona Sul. O que quer dizer o seguinte: em toda a cidade, houve mais de 6% de abstenção anormal. Relembrando, a diferença de votos que deu a vitória a Eduardo Paes foi de 1,6%.
Leia mais...

Os campeões de abstenção

Zona Sul e Centro registraram os mais baixos índices de comparecimento às urnas: na área nobre da cidade, que concentrou eleitores de Gabeira, uma em cada quatro pessoas não votou
Rio - A Zona Sul e o Centro foram as regiões que mais contribuíram para o alto índice de abstenção no segundo turno da disputa municipal. Copacabana, Leme, Ipanema e Lagoa também alcançaram média de não-votantes muito acima do resto do Rio. Ao todo, 927.250 eleitores não votaram no domingo (20,24% do total). Os melhores números de presença na votação para escolher Eduardo Paes (PMDB) ou Fernando Gabeira (PV) ficaram com os bairros da Zona Oeste como Campo Grande e Santa Cruz — redutos do peemedebista.
Leia mais...

Cabral diz que não vai influenciar nas decisões de Paes

Feriado antecipado
Cabral rebateu ainda a polêmica sobre o feriado antecipado desta segunda-feira (27), que alguns consideraram a causa da abstenção de cerca de 20% do eleitorado carioca. "Foi o décimo decreto de antecipação de feriado de terça ou quinta para sexta ou segunda. Décimo nos 22 meses meus de governo".

Críticas dos adversários
Eduardo Paes também rebateu as críticas de seus adversários, sobre compra de votos e uso de merenda escolar na boca de urna. "O deputado Fernando Gabeira tem que mostrar sua grandeza neste momento. Tranqüilidade, que a derrota acontece na vida política. Eu já perdi eleições, ele também já perdeu eleição para presidente, para governador, para prefeito, essa é a quarta derrota eleitoral dele. A melhor coisa é que ele fique tranqüilo e aceite a derrota. É um político de muito valor que vai poder colaborar muito com a nossa cidade ainda".
Leia mais...
http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL839034-5606,00.html