segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Ano novo, novas lutas

Se permanecermos passivos, já conhecemos a saída do capital: mais exploração, menos empregos, menos direitos. Portanto, todos à luta em 2009!
A crise do sistema financeiro internacional ainda não atingiu seu ápice. Essa é a avaliação dos principais analistas de esquerda em todo o mundo. No entanto, as primeiras conseqüências da tal “marolinha”, como definiu o presidente Lula - já dão sinais da gravidade dessa crise e o que virá no próximo ano. Somente nos Estados Unidos, já são 11 milhões de desempregados atualmente. A previsão é de 25 milhões de desempregados em todo o mundo no próximo ano.
No Brasil, o cenário não é diferente: demissões, férias coletivas em montadoras, queda da produção industrial, diminuição da capacidade produtiva, queda nos empregos formais em dezembro, diminuição do consumo, etc.
A crise também tem revelado uma profunda e cínica sinceridade por parte dos capitalistas. Vide as declarações de Roger Agnelli, testa-de-ferro do capital financeiro na Vale – ex-estatal Companhia Vale do Rio Doce - exigindo flexibilização dos direitos trabalhistas. Ou os desesperados pedidos de recursos públicos, justamente pelos setores que mais especularam e absorveram dinheiro público nos últimos anos: as montadoras e o agronegócio.
É verdade que o Estado pode ser o fiel da balança desta crise. Poderia adotar medidas como a redução da jornada de trabalho, o estímulo ao mercado interno, a regulamentação do mercado financeiro e a construção de uma saída integrada com os países sul-americanos através da Alternativa Bolivariana para as Américas, como propõem a Carta dos Movimentos Sociais, entregue há duas semanas.
No entanto, infelizmente, o governo Lula parece mais disposto a salvar mais uma vez bancos, especuladores e transnacionais. O pacote de medidas do governo, anunciado há poucos dias dá um pequeno fôlego para a classe média e permite que as montadoras possam enviar mais lucros para suas matrizes falidas no exterior. Mas não consegue – ou não pretende – atingir os problemas estruturais desta crise. Mais preocupado com o projeto “Dilma 2010”, o governo parece querer salvar primeiro os habituais financiadores de campanha do que os trabalhadores.
Segundo a própria Agência Brasil, da estatal EBC, o governo federal já injetou R$ 360 bilhões para conter a “marolinha” e a maior parte destes investimentos no setor financeiro, como R$ 98 bilhões para que os bancos disponibilizassem créditos. Neste caso, os recursos não foram transformados em créditos, mas reaplicados pelos próprios bancos na compra de títulos do governo. Ou seja, voltaram para o carrossel financeiro, sem gerar empregos, nem créditos.
Porém, o governo e os empresários não são os únicos atores. Para a classe trabalhadora, a crise pode um importante momento para fazer lutas. Ou seja, representar uma saída para o descenço de massas que assola o país nos últimos anos.
As manifestações de petroleiros e movimentos sociais contra os leilões de petróleo na última semana podem ser indícios de que, finalmente, entraremos em um novo período mobolizações. Nesse sentido, é fundamental a unidade da esquerda para enfrentar a crise e defender os direitos da classe trabalhadora. Assim, vemos com bons olhos a decisão das centrais sindicais de realizarem, em janeiro, mobilizações conjuntas para defenderem os empregos de metalúrgicos. Essas iniciativias são sinais de que as lutas virão, e com elas, as conqustas.
A derrocada dos projetos de monocultivo de celulose no Sul do país, dando lugar à expansão dos assentamentos naquela região, representados na conquista da Fazenda Southall, neste mês, são sinais de que, fazendo luta, as vitórias são possíveis.
O fato é que os cenários para a crise ainda estão em aberto. Se a classe trabalhadora demonstrar unidade, clareza nos seus alvos, capacidade de organização e força de mobilização, estimulando as lutas sociais, poderemos ter uma saída pelo projeto da classe trabalhadora. Se resolver apenas antecipar o calendário eleitoral, seremos derrotados de antemão. E, se permanecermos passivos, já conhecemos a saída do capital: mais exploração, menos empregos, menos direitos. Portanto, todos à luta em 2009!
http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/ano-novo-novas-lutas

Entidades responsabilizam Estado brasileiro por política de extermínio

TRIBUNAL POPULAR Julgamento não-oficial organizado por mais de 70 entidades condena a sistemática violência estatal contra a população pobre e negra e a criminalização oficial dos movimentos sociais

CONDENAÇÃO por unanimidade. Esse foi o resultado do Tribunal Popular – O Estado brasileiro no banco dos réus, realizado entre os dias 4 e 6 de dezembro na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. A iniciativa, organizada por mais de 70 entidades, julgou o Estado pela sistemática violência contra a população mais pobre, especialmente negra, e pela repressão e criminalização dos movimentos sociais. O Tribunal foi dividido em quatro sessões de instrução e uma sessão final – que apresentou o veredicto –, nas quais foram apresentados, com documentos e relatos de familiares e de amigos de vítimas, quatro casos considerados emblemáticos de violações de direitos humanos: operações militares no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, em 2007; sistema carcerário e execuções de jovens negros na Bahia; execuções na periferia de São Paulo, em maio de 2006; e a criminalização dos movimentos sindicais, de luta pela terra, pelos direitos indígenas e quilombolas no Rio Grande do Sul.
Leia mais...

BLOQUEIO E ATAQUES DE ISRAEL


Se Gaza cair, Cisjordânia cairá depois
O que está acontecendo em Gaza, ante nossos olhos, é a destruição de toda uma sociedade e nenhum clamor se ouve, além dos avisos da Organização das Nações Unidas (ONU), que são ignorados pela comunidade internacional. Com o bloqueio praticado por Israel, população da região (cerca da metade é composta por crianças) está sem alimentos e remédios. A análise é de Sara Roy, professora do Harvard's Center for Middle Eastern Studies.
O sítio de Gaza, por Israel, começou em 5 de novembro, um dia depois de Israel ter atacado a Faixa, ataque feito sem possibilidade de dúvida para pôr fim à trégua estabelecida em junho entre Israel e o Hamás. Embora os dois lados tenham violado antes o acordo, nunca antes acontecera qualquer violação em tão grande escala. O Hamás respondeu com foguetes, e desde então a violência não recrudesceu. Com o sítio, Israel visa a dois principais objetivos. Um, reforçar a idéia de que os palestinos são problema exclusivamente humanitário, como pedintes, mendigos sem qualquer identidade política e, portanto, sem reivindicações políticas. Segundo, impingir a questão de Gaza, ao Egito.
Leia mais...

Nove mil vagas no estado

Governador Sérgio Cabral garante abertura de vários concursos no ano que vem. Polícia Civil, PM e Degase são alguns órgãos com processos seletivos anunciados
Rio - O próximo ano promete ser bom para os concurseiros que sonham com uma vaga no serviço público estadual. Diversas seleções já foram prometidas pelo governador Sérgio Cabral. Algumas, inclusive, já estão em andamento. A expectativa é que cerca de 9 mil vagas sejam abertas ao longo de 2009, em cargos de todos os níveis de escolaridade.
No início do mês, Sérgio Cabral anunciou a abertura de novas seleções para a área de Segurança Pública. A oferta será de 8 mil vagas: 4 mil para a Polícia Militar e outras 4 mil para a Polícia Civil. Na ocasião, o governador afirmou: “Acredito em concurso público sobretudo nas áreas essenciais”.
DISTRIBUIÇÃO
Um estudo já está sendo feito pela PM, para avaliar a distribuição das vagas pela capital e no interior e se desta vez será permitida a participação de mulheres. A previsão é que as inscrições comecem em abril e as provas sejam realizadas em junho. O concurso exige Nível Médio completo, idade entre 21 e 30 anos, carteira de motorista (B) e altura mínima de 1,68 m (descalço).
Já na Polícia Civil, Cabral disse que algumas das 4 mil vagas serão destinadas ao cargo de delegado, que exige Nível Superior em Direito e tem remuneração em torno de R$ 5 mil. “Para delegados, estamos entre 100 e 150 novos cargos. E tem mais de 4 mil vagas sendo processadas para peritos, inspetores”, anunciou. No momento, a Polícia Civil está com 300 vagas para oficial de cartório, que requer formação Superior. Inscrições no site www.concurso.fgv.br.
DETRO E DEGASE
No dia 12, Cabral e o presidente do Detro (Departamento de Transportes Rodoviários), Rogério Onofre, anunciaram um novo concurso. A Fesp já está garantida como organizadora. A oferta deve ficar em torno de 100 a 200 oportunidades — 50% a 70% serão para fiscais. A Secretaria de Fazenda também vai abrir dois concursos para fiscais, cada um com oferta de 70 vagas. Segundo o secretário Joaquim Levy, o primeiro edital sai logo no início do ano, para que em meados de 2009 os aprovados estejam trabalhando. Outro órgão com concurso previsto é o Degase. Devem ser oferecidas mais de 400 vagas.
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO
Quem quiser tentar logo uma vaga no governo do estado pode aproveitar o concurso para a Procuradoria Geral do Estado, que já tem edital publicado. São oferecidas 129 vagas em cargos dos níveis Médio e Superior. Do total, 126 são para o Rio. As demais serão para lotação em Brasília. Os vencimentos iniciais, de acordo com a escolaridade, são de R$ 2.389 e R$ 2.942. As inscrições serão aceitas no período de 26 de janeiro a 13 de fevereiro, no site www.concursosfcc.com.br e nas agências credenciadas dos Correios. Na capital, por exemplo, há atendimento na Rua Primeiro de Março 64, Centro; e na Rua Almirante Cochrane 255, lojas A e B, Tijuca. Taxas de participação nos valores de R$ 70 e R$ 90. Há chances para graduados em Administração, Arquitetura, Biblioteconomia, Contabilidade, Direito, Engenharia Civil, Medicina e em diversas áreas de Informática.

Ano novo, emprego público

Concursos federais oferecem 1.400 vagas com salários de até R$ 8.389. Há chances para o Rio
Rio - Os concursos federais com inscrições abertas ou que vão abrir no início do próximo ano oferecem 1.400 vagas com salários que podem chegar a R$ 8.389. Todos terão provas no Rio.
São chances para os candidatos com níveis Médio e Superior. Os interessados devem estar atentos nos prazos de inscrições e valores das taxas para não perder as oportunidades. Além de intensificar os estudos com a proximidade das provas.
As agências reguladoras, por exemplo, têm vagas para o Rio. Agência Nacional de Águas é uma das carreiras com os salários mais altos, com vencimentos iniciais de R$ 8.389. As inscrições são aceitas no site www.esaf.fazenda.gov.br, mediante pagamento de taxa de R$ 100. As oportunidades são para graduados em Administração, Arquivologia, Biblioteconomia, Ciências Contábeis e Econômicas, Comunicação Social (Jornalismo e Publicidade) e Tecnologia da Informação e Comunicação, entre outros.
Quem quiser concorrer a uma das 227 vagas oferecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações deve acessar o site www.cespe.unb.br/concursos/anatel2008 até o dia 27 de janeiro. Chances para Jornalismo e Direito, entre outros.
O Instituto Nacional de Propriedade Industrial, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, prorrogou até o dia 4 de janeiro as inscrições para o concurso para 120 vagas, nos cargos de técnico, analista e pesquisador. Os profissionais vão trabalhar no Rio de Janeiro. Os salários vão de R$ 2.956,68 a R$ 7.269,67.
Leia mais...

A crise e os pobres

Texto do Neto, diretor de criação e sócio da Bullet, sobre a crise mundial."
Vou fazer um slideshow para você. Está preparado?
É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo.
Resolver, capicce?
Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia.
"Como uma pessoa comentou, é uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa eafagar.
Se quiser, repasse, se não, o que importa?
O nosso almoço tá garantido mesmo...