domingo, 9 de novembro de 2008

Nova secretária de Educação reafirma fim da aprovação automática

RIO - O prefeito eleito Eduardo Paes e o futuro secretário da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, anunciaram há pouco a paulista Cláudia Maria Costin como a nova secretária Municipal de Educação. Cláudia foi secretária Estadual das Culturas de São Paulo no governo de Geraldo Alckmin e ministra da Administração Federal e Reforma do Estado no governo Fernando Henrique Cardoso. Atualmente, Cláudia era vice-presidente da Fundação Victor Civita e professora do Ibemec, em São Paulo.
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Com sistema carcerário em crise, Rio exporta presos

Sem condições de guardar líderes do tráfico e de milícias, estado já mandou 33 detentos para os presídios federais de Catanduvas, no Paraná, e de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul

Rio - As autoridades de segurança do estado do Rio de Janeiro escolheram uma nova tática para tentar combater a criminalidade: a ‘exportação’ de seus presos mais perigosos. Em um ano e dez meses, 33 traficantes, chefes de quadrilhas que controlam caça-níqueis e líderes de milícias foram transferidos para as penitenciárias federais de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, e de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul — duas unidades que foram inauguradas por Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
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CRISE DE HUMANIDADE

A crise economica-financeira, previsível e inevitável, remete a uma crise de humanidade.Faltaram traços de humanidade mínimos no projeto neo-liberal e na economia e mercado, sem os quais nenhuma instituição, a médio e longo prazo, se aguënta de pé: a confiança ee a verdade. A economia pressupõe a confiança de que os impulsos eletrônicos que movemos papeis e os contratos tenham lastro e não sejam mera matéria virtual, portanto, fictícia. Pressupões outrosim a verdade de que os procedimentos se façam segundo regras observadas por todos. Ocorre que no neoliberalismo e nos mercados, especialmente a partir da era Thatcher e Reagan, predominou a financeirização dos capitais. O capital financeiro-especulativo é da ordem de US$ 167 TRILHÕES, enquando o capital real, empregado nos processos produtivos gira por volta de US$ 48 TRILhÕES anuais. Aquele deliravana especulção das bolsa, dinheiro fazendo dinheiro, sem controle, apenas regido pela voracidade do mercado. Por sua natureza, a especulação comporta sempre alto risco e vem submetida a desvios sistêmicos: à ganãncia de mais e mais ganhar, por todos os meios possíveis. Os gigantes da Wall Street eram tão poderosos que impediam qualquer controle, seguindo apenas suas próprias regulações Eles contavam com as informações antecipadas (insider information),manipulavam-nas,divulgavam boatos nos mercados, induziam-nos a falsas apostas etiravam daí grande lucros. Basta ler o livro do megaespeculador George Soros, "A crise do Capitalismo", para constatá-lo,pois aí conta em detalhes estas manobras que destroem a confiança e averdade. Ambas sacrificadas sistematicamente em função da ganância dos especuladores. Tal sistema tinha que um dia ruir, por ser falso e perverso, oque de fato ocorreu. A estratégia inicial norte-americana era injetar tanto dinheiro nos "ganhadores" (Winner) para que a lógica continuasse a funcionar sem pagar nada por seus erros. Seria prolongar a agonia. Os europeus, recordando-se dos resquícios do humanismo das Luzes que ainda sobraram, tiveram mais sabedoria. Denunciaram a falsidade, puseram a campo o Estado como instância salvadora e reguladora e, em geral, como ator econômico direto na costrução da infra-estrutura e nos campos sensíveis da economia. Agora não se trata de refundar o neoliberalismo, mas de inaugurar outra arquitetura econõmica sobre bases não fictícias. Isto que dizer, a economia deve ser capítulo da política (a tese clássica de Marx), não a serviço da especulação mas da produção e da adequada acumulação E a política se regerá por critérios éticos de transparência, de eqüidade, de justa medida, de controle democrático e com especial cuidado para com as condições ecológicas que permitem a continuidade do projeto planetário humano. Por que a crise atual é crise de humanidade ? Poque nela subjaz um conceito empobrecido de ser humano que só considera um lado dele, seu lado de ego.O ser humano é habitado por duas forças cósmicas: uma de auto-afirmação, sem a qual ele desaparece. Aqui predomina o ego as competição.A outra é de integração num todo maior,sem o qual também desaprece. Aqui prevalece o nós e a cooperação. A vida só se desenvolve saudavelmente na smedida em que se equilibram o ego e o nós, a competição com a cooperação.Dando redera só à competição do ego, anulando a cooperação, nascem as distorções a que assistimos,levando à crise atual. Contrariamente,dando espaço apenas ao nós sem o ego, gerou-se o socialismo despersonalizante e aruína que provocou. Erros desta gravidade,nas condições atuais de interdependência de todos com todos, nos podemliquidar. Como nunca antes temos que nos orientar por um conceito adequado e integrador do ser humano, por um lado individual-pessoal com direitos e por outro social-comunitário com limites e deveres. Caso contrário, nos atolaremos sempre nas crises que serão menos econômico-financeiras e mais crises de humanidade. LEONARDO BOFF
Jornal do Braisl: Opinião: Reflexões - 3 de novembro de 2008.