sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A simbologia de um sapato


Al Zaide mostrava-se ao mundo como o vingador dos mais de 200 mil iraquianos mortos, representava o sentimento de uma nação destruída

Al Zaide é jovem mesmo. Tem apenas 29 anos. Foi, ainda sob o governo de Saddam Hussein, presidente de uma entidade estudantil. Segundo a emissora Al Jazeera, é membro do partido Comunista Iraquiano. Tem muitos irmãos e alguns deles mortos em combate na resistência contra a ocupação do Iraque por tropas estrangeiras desde 2003. Zaide é jornalista da emissora de TV Al Baghdadiya (cuja central fica no Cairo). Todas as reportagens da TV que ele faz na cidade de Bagdá ele conclui, dizendo, “da Bagdá ocupada”. A própria emissora que o emprega exigiu a sua imediata libertação, assim como o Sindicato dos Jornalistas do Iraque.
Al Zaide virou instantaneamente um herói nacional. E usou a sua arma mais potente, tanto física como simbólica: seus sapatos de sola de borracha pesados. Foi ficando cada vez mais irritado com a entrevista coletiva que Bush vinha dando, com suas mentiras habituais, ao lado do primeiro Ministro fantoche do Iraque, Nuri Al Maliki. Num determinado momento, decidiu arremessar os seus dois sapatos contra Bush. A catatonia dos presentes e mesmo da segurança presidencial foi tamanha, que ele conseguiu inclusive tempo para atirar o segundo sapato.
A frase que ele proferiu, gravada ao vivo por todas as emissoras presentes foi: “É o seu beijo de despedida do povo iraquiano, seu cachorro. Isso é pelas viúvas, órfãos e pelos que foram mortos no Iraque”. E não precisava dizer mais nada. Al Zaide mostrava-se ao mundo como o vingador dos mais de 200 mil iraquianos mortos, representava o sentimento de uma nação destruída, desmontada, aviltada, vendida, entregue à sanha imperialista e com quase toda a sua infra-estrutura destruída e vendida ao setor privado (doadas, na verdade).
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Na Grécia, uma revolta anunciada

Os encapuzados nas ruas de Atenas tiram a mascara de um sistema falido e iluminam o natal com bancos em chamas
Em 6 de dezembro o Estado grego assassinou Alexis Grigoropoulos, de 15 anos com um tiro no coração. Mais uma vítima numa longa lista de estudantes, imigrantes, trabalhadores, pessoas comuns que tiveram a infelicidade de serem jovens, revoltados, desesperados por uma vida nova.
Ao contrário do que o Estado e a maioria dos meios de comunicação hipocritamente alegam, não foi uma questão de falta de treinamento dos policiais gregos que atiram sempre “acidentalmente”. Não foi uma questão de estar no lugar errado, no momento errado. O Estado grego sempre atira no alvo de propósito e com precisão. Às vezes porque, mesmo após três décadas e meia de ditadura militar e seis após a guerra civil que terminou com a derrota da esquerda, a polícia e o Estado continuam carregando uma mentalidade fascista, racista e totalitária, que gerou milhares de vítimas desde a Segunda Guerra Mundial nesta chamada terra da democracia. Às vezes apenas para praticar sua brutalidade, mostrar sua determinação e esclarecer quem é o dono do pedaço. Às vezes só para acalmar a burguesia ameaçada - dentro da sua ilusão de segurança - pela esquerda extra-parlamentar, a juventude rebelde e inconformada, pelos imigrantes famintos, “escuros” ou estranhos demais para esta sociedade conservadora e perdida entre sua realidade Balcânica-oriental e sua vontade de se mostrar ocidental.
Na mesma noite de 6 de dezembro, entre 90 minutos após a notícia ter se espalhado através de fóruns eletrônicos e celulares, centenas de estudantes e trabalhadores saíram nas ruas para protestar contra o assassinato. E nestas duas semanas, diariamente, em todo o país, as ruas das cidades são tomadas pela raiva, pela revolta, mas também pela esperança de mudar a realidade grega. Mais de 300 bancos e dezenas de lojas de empresas nacionais e transnacionais foram destruídas e queimadas, e quase todos os ministérios no centro do capital e os departamentos policias foram atacados.
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A crise é grave, será prolongada e irá alterar a economia mundial

O alerta é de economistas que, reunidos em seminário - organizado pelo governo do Paraná, entre os dias 7 e 11 de dezembro, em Curitiba, concluíram que o neoliberalismo se esgotou. Sugerem medidas que devem ser colocadas em prática imediatamente, entre as quais, o fim do Consenso de Washington e a integração latino-americana, não apenas econômica, mas cultural e política
A crise financeira, desencadeada a partir do centro do imperialismo estadunidense, e que já se reflete na economia real de todos os países - industrializados e emergentes - foi o tema do seminário Crise – Rumos e Verdades, organizado pelo governo do Paraná. O evento aconteceu entre os dias 7 e 11 de dezembro, em Curitiba (PR), e reuniu quase 40 especialistas, sendo 20 brasileiros e os demais argentinos, equatorianos, venezuelanos, ingleses, italianos, russos, mexicanos e alemães. Além um uruguaio, representante da Organização das Nações Unidas (ONU), em oito mesas de debates.
A maioria dos participantes lembrou que a atual crise era previsível em função da vasta especulação financeira que se abateu sobre a economia mundial e remete ao fim do período neoliberal dos últimos 25 anos. Foram cinco dias de intensos debates, com enfoques analíticos diversos, mas com alguns consensos, como, por exemplo, que a crise é grave, será prolongada e alterará profundamente a economia mundial.
Os economistas sugeriram algumas medidas para enfrentar a crise e que devem ser colocadas em prática imediatamente, entre as quais, a centralização e estatização do câmbio, aceleração dos investimentos públicos, revitalização dos Estados nacionais, o fim do Consenso de Washington e a integração latino-americana, não apenas econômica, mas cultural e política.
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Do Roda Viva ao CQC

A insensibilidade de Gilmar Mendes revelou-se por inteiro ao responder à pergunta da jornalista: um rapaz rouba uma correntinha e uma jovem picha uma sala vazia da Bienal de São Paulo. Ambos são presos e ficam na cadeia, enquanto um banqueiro com larga folha corrida se livra das grades, graças à ação direta do entrevistado.
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Os acontecimentos de 2008 e sua evolução em 2009


Os últimos quatro meses foram muito reveladores dos dois mundos em que o mundo está dividido, o mundo dos ricos e o mundo dos pobres, separados mas unidos para que o mundo dos pobres continue a financiar o mundo dos ricos. Muito do que se desencadeou em 2008 vai continuar, sem qualquer solução de continuidade, em 2009 e mais além. O sociólogo Boaventura de Sousa Santos analisa algumas destas continuidades.
Boaventura de Sousa Santos
Tudo leva a crer que o ano de 2008 não termine em 31 de dezembro. O tempo inerte do calendário cederá o passo ao tempo incerto das transformações sociais. Muito do que se desencadeou em 2008 vai continuar, sem qualquer solução de continuidade, em 2009 e mais além. Analisemos algumas das principais continuidades.
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“O país não pode mais contar com o BC; governo deve investir pesado no gasto social".


Em entrevista à Carta Maior, a economista Maria da Conceição Tavares diz que o Brasil não pode mais contar com o BC. "A partir de agora, o Banco Central tornou-se uma peça menor no xadrez econômico". Para ela, a grande batalha de 2009 é fortalecer o emprego e o poder aquisitivo do povo. Ao falar sobre 2010, manifesta apoio a Dilma Roussef e diz que ela mais consistente do que José Serra. E lança um desafio ao PT: "o partido precisa submeter seus projetos e ideais à nova realidade mundial.
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Bolívia é o 3° país da América Latina livre de analfabetismo


Depois de Cuba e Venezuela, a Bolívia tornou-se, dia 20 de dezembro, área livre de analfabetismo. Mais de 819 mil pessoas foram alfabetizadas em um universo de 824.101 analfabetos detectados. Mobilização envolveu trabalho de 130 assessores cubanos e 47 venezuelanos que capacitaram técnicos bolivianos na aplicação do método audiovisual cubano "Yo sí puedo". Programa Nacional de Alfabetização teve um custo estimado de 36,7 milhões de dólares.
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INVESTIMENTO NA POLÍCIA CIVIL


Programa Delegacia Legal deve receber R$ 157 milhões do BNDES
O governo do estado autorizou o Grupo Executivo do Programa Delegacia Legal a contratar operação de crédito no valor de R$ 157 milhões para conclusão do projeto. O dinheiro virá do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Os recursos vão garantir a implantação de delegacias distritais e especializadas, casas de custódia, e Postos Regionais de Polícia Técnica (PRPTs); além da nova sede do Instituto de Criminalista Carlos Éboli (ICCE), da Casa Abrigo para mulheres vítimas de violência em São Gonçalo, e da Cidade da Polícia. Atualmente 107 delegacias já foram incorporadas ao Programa Delegacia Legal, que foi iniciado em 1999.
Na sua opinião, qual das atuais "delegacias tradicionais" deveria ser a primeira a ser transformada em "legal"?

Informe do DIA: Quem for multado por radar não aferido pode recorrer

Rio - Mais lenha na fogueira das multas: o Instituto de Pesos e Medidas disponibilizou em seu site (www.ipem.rj.gov.br) consulta à relação de equipamentos aferidos em todo o Estado.
Quem for punido com base em informações de pardais ou lombadas que não receberam a certificação poderá pedir o cancelamento da multa.
De acordo com a presidente do Ipem, Soraya Santos, é importante que as informações disponibilizadas no site sejam impressas e anexadas ao pedido.
JUSTIFICATIVA
Caso os equipamentos não tenham sido aferidos, eles serão considerados como fora das normas estabelecidas por lei, o que possibilita o recurso e a anulação da multa.

INSS volta a pagar

Segurados que recebem até R$ 415 e têm cartão com final 3 embolsam hoje os benefícios referentes ao mês de dezembro
Rio - O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) recomeça hoje o pagamento dos benefícios do mês de dezembro. Recebem os segurados que ganham até um salário mínimo (R$ 415) e têm cartão de pagamento de final 3, sem considerar o dígito.
Segundo o Ministério da Previdência Social, o pagamento não foi liberado no dia 24 para evitar o acúmulo de pessoas nas agências bancárias na véspera do Natal, quando o horário de atendimento nas instituições foi reduzido a duas horas. Aposentados e pensionistas com cartão de finais 1 e 2 tiveram os benefícios antecipados em dois dias — receberam nos dias 22 e 23 deste mês.
O ministro da Previdência, José Pimentel, destaca que as datas em que o expediente bancário ocorre em horário reduzido não são consideradas dias úteis para a liberação dos depósitos.
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Menos verba federal para as escolas do Rio de Janeiro

Repasse sobre a merenda será afetado porque houve 8% a menos de matrículas em todo o estado. A diferença é de 337.791 estudantes
Rio - Escolas municipais e estaduais do Rio de Janeiro vão receber menos recursos do Governo federal em 2009. O Censo Escolar da Educação Básica de 2007, principal referência para o financiamento de todos os programas educacionais do Ministério da Educação (MEC), registrou queda de 8% no número de matrículas. Os dados estão reunidos na Sinopse Estatística da Educação Básica 2007, com base no Censo Escolar nas escolas públicas e particulares.
Em 2007, o estado do Rio matriculou 3,8 milhões de crianças e jovens na Educação Básica, o que corresponde a uma redução de 8% em relação a 2006, quando foram registradas 4,2 milhões de matrículas. Como o repasse é feito de acordo com o total de alunos na rede pública, na ponta do lápis significa menos dinheiro em sala de aula.
O Censo Escolar serve de base para transferências de recursos da União para ONGs, estados e municípios. Entre eles, o PNAE (Programa de Alimentação Escolar), PDDE (Dinheiro Direto na Escola), PNATE (Transporte Escolar) e PAED (Portadores de Necessidades Especiais).
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Estado anuncia recadastramento de aposentados

Pensionistas também serão convocadas pelo Rio Previdência para atualizar seus dados em 2009
Rio - Em 2009, o Rio Previdência, em parceria com a Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão, vai iniciar o recadastramento de todos os aposentados e pensionistas do Estado do Rio. O projeto está em fase de estudo. O objetivo é atualizar os dados, mas o presidente do Rio Previdência, Wilson Risolia, faz questão de destacar que tudo será feito de forma a não prejudicar pensionistas ou aposentados: “Vamos preparar um esquema especial para receber as pessoas. Quem não tiver condições para ir ao nosso encontro vai receber em casa a visita de membros da nossa equipe, que estarão capacitados para tirar as dúvidas e atender a todos”.Risolia também anunciou que, no primeiro trimestre de 2009, o Rio Previdência vai abrir um dos principais postos de atendimento na Cidade do Rio. A nova agência, que provavelmente será na Avenida Rio Branco, vai oferecer a mesma estrutura moderna e informatizada disponível nos postos reformados este ano. Segundo o secretário estadual de Fazenda, Joaquim Levy, o novo posto terá o nível que todos os servidores e pensionistas merecem. O presidente do Rio Previdência também garantiu que, em 2009, todas as agências no Estado do Rio serão reformadas.
Outra iniciativa da instituição será a elaboração de um projeto que visa criar um plano de cargos e salários para os 400 servidores do Rio Previdência. Se aprovado, o plano pode começar a valer em 2010. A idéia é criar um estímulo entre os funcionários e garantir remunerações mais justas. Durante a reunião institucional dos funcionários do Rio Previdência, realizada no auditório da Caixa Econômica Federal, a equipe divulgou um vídeo que futuramente será distribuído para as secretarias. O ‘Rio Prev TV’ mostra os principais serviços oferecidos e também as respostas para as dúvidas mais freqüentes dos inativos.
Além de Levy, participaram da reunião o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, o secretário de Planejamento, Sérgio Ruy Barbosa, o secretário da Casa Civil, Regis Fichtner, e o superintendente da Caixa Econômica Federal, José Domingos Vargas.

Picciani sugere divulgar salários pela internet

O presidente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, deputado Jorge Picciani (PMDB), defendeu, na semana passada, a divulgação da folha de pagamento da Alerj na internet. O anunciou foi feito durante entrevista coletiva em que Picciani fez um balanço sobre a atuação do Legislativo em 2008.
O tema foi abordado quando o presidente da Alerj defendeu seu projeto de lei que obriga agentes públicos a apresentar à Comissão de Orçamento da Alerj declarações de bens com fonte de renda. A proposta aguarda a sanção do governador Sérgio Cabral.
"Já li depoimentos de pessoas ligadas ao Judiciário dizendo que vão entrar na Justiça contra o projeto. Se isto acontecer, vou defender a divulgação da nossa folha salarial pela Internet, para darmos o exemplo, e vou propor que façam o mesmo", disse Picciani, antes de afirmar que as declarações entregues à Alerj não serão divulgadas.
"Vamos respeitar o sigilo fiscal, mas precisamos destas informações na hora de votar um orçamento ou de avaliar, por exemplo, um projeto de aumento salarial", argumentou.
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Estado deve garantir direito à saúde no trabalho

A Rede de Saúde e Trabalho da Associação Latino-americana de Medicina Social (Alames) publicou o Informe Continental sobre a Situação do Direito à Saúde no Trabalho em 2008. O documento reúne informações de seis países e uma cidade: Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, México, Uruguai e Quebec. Com isso, a Rede pretende criar um instrumento útil para a discussão e as ações orientadas para a defesa, proteção e exigibilidade do direito à saúde no trabalho.
Segundo o relatório, vivemos atualmente um momento histórico por conta do colapso do sistema capitalista que trará profundas repercussões sobre o mundo do trabalho. Um dos desafios enfrentados pelos trabalhadores dá-se na construção de sistemas próprios de informação, que permitam contrastar a informação produzida por organismos internacionais como a OMS, OPS e OIT.
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