As ações ocorreram em sete Estados, com ocupações de supermercados, marchas e atos públicos.
Movimentos sociais realizaram, nesta quarta-feira (19), a Jornada Nacional contra a Carestia, em protesto contra os efeitos da crise econômica mundial e o aumento do custo de vida da população mais pobre. As ações ocorreram em sete Estados, com ocupações de supermercados, marchas e atos públicos.
Para Gabriel Simeone, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), uma das organizações que participam da Jornada, a alta no preço dos alimentos, um dos grandes reflexos da crise, mostra que os trabalhadores, até agora, têm sido os mais prejudicados. O preço do feijão e do arroz, produtos básicos da alimentação do brasileiro, é o exemplo das conseqüências. Enquanto o feijão registra um aumento de 100%, o reajuste do arroz já chega a 150%. E os prejuizos, no futuro, devem se intensificar, acredita o militante: "Os efeitos da crise vão aparecer em cascata. Começa com a redução do crédito, aí vêm férias coletivas para os trabalhadores, depois sobe o preço dos alimentos e dos aluguéis".
Simeone também critica o governo federal que, em vez de proteger a população para que não sofra tanto os efeitos da crise, já ofereceu 160 bilhões de reais em ajuda a bancos e empresas. "Com todas as necessidades da população, parece que a prioridade do governo federal é salvar banqueiro. Os trabalhadores não podem pagar por esta crise que não provocaram", destaca.
Para minimizar os impactos da crise sobre a população mais carente, os movimentos cobram que o governo ofereça subsídios públicos aos alimentos de necessidade básica, além de tabelamento para controle dos preços, criação de mercados populares subsidiados pelo Estado e administrados por organizações populares e a manutenção e criação de restaurantes populares.
Em São Paulo, 350 manifestantes ocuparam os supermercados Extra da Estrada do Campo Limpo, na divisa com Taboão da Serra, e outros 350 no Carrefour da rua Giovani Gronchi, na zona sul da cidade. Em São José dos Campos, no interior paulista, foi realizada uma marcha, seguida de uma manifestação com 900 pessoas em frente ao Carrefour.
No Rio de Janeiro, a manifestação ocorreu no Ceasa, organizada pelo MTST e por entidades sindicais. Em Minas Gerais, integrantes da Ação da Frente Estadual de luta pela Moradia e Brigadas Populares protestaram na frente do Tribunal de Justiça do Estado e um hipermercado em Belo Horizonte. No Ceará, um ato público no centro de Fortaleza reivindicou a abertura de restaurantes populares. Ocorreram, ainda, ações em Pernambuco, Roraima e Maranhão.
Além do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, participaram da Jornada, entre outros, o Movimento dos Conselhos Populares do Ceará, o Movimento das Famílias Sem Teto de Pernambuco, o Movimento Popular Socialista do Pará, o Circulo Palmarino - Movimento Sem Teto da Bahia. Movimento Quilombo Urbano, do Maranhão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário