BOLÍVIA Com a ajuda de Cuba e Venezuela, governo do presidente Evo Morales anunciará, no dia 20, que no seu país todos sabem ler e escrever
NO DIA 20, a Bolívia se tornará o terceiro país da América Latina a erradicar o analfabetismo. O primeiro foi Cuba, em 1961. Depois, foi a vez da Venezuela, em 2005. E, justamente com a ajuda de cubanos e venezuelanos, o governo do presidente Evo Morales, em menos de três anos, pôde ensinar 820 mil pessoas a ler e escrever. O método utilizado foi o Yo, sí puedo, criado pela Revolução Cubana, que também contribuiu com assessores e equipamentos. Na entrevista a seguir, o cubano Javier Labrada Rosabal e o boliviano Pablo Quisber, ambos coordenadores do programa de alfabetização, explicam o método e contam como o projeto se desenvolveu e foi implementado na Bolívia.
Brasil de Fato – Como funciona o programa Yo, sí puedo? Como foi aplicado na Bolívia?
Javier Labrada Rosabal – Na Bolívia, foi iniciativa do presidente eleito. Em Havana, antes de tomar posse, Evo Morales firmou um convênio com o então presidente cubano Fidel Castro para o projeto de desenvolvimento do programa nacional de alfabetização em seu país. No último dia da campanha presidencial de Evo, um jornalista perguntou a ele: “para que o senhor quer ser presidente?”. Ele respondeu: “para muita coisa, mas, principalmente, valorizar o meu povo”. Essa era sua máxima aspiração. Então, em Cuba, em dezembro de 2005, em sua primeira viagem como presidente eleito, o governo cubano se comprometeu a desenvolver e enviar todo material didático necessário e também a assessoria para a implementação. Um mês depois, na Bolívia, desenvolvemos junto com Evo, a partir de suas orientações, os moldes do programa, que foi lançado em março de 2006.
Quais sãos os fatores fundamentais dessa campanha?
Javier – Em primeiro lugar, a vontade política do presidente. Em mais de 500 anos de existência da Bolívia e quase 200 de Bolívia republicana, nunca nenhum governo havia implantado, como política, uma campanha de alfabetização. Aqui, houve algumas tentativas, inclusive através de ONGs, mas nunca se consolidou uma verdadeira política como agora. Se houve vontade política, Evo é o fator decisivo neste processo.
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