sábado, 11 de outubro de 2008

O apoio de Saturnino Braga a Eduardo Paes

Faliu o Rio, apóia Paes e Cabral, logicamente para querer um cargo. Ainda bem que Paes tira segundo e último.
Não podia ter acontecido de melhor para Fernando Gabeira do que o apoio de Saturnino Braga a Eduardo Paes. Ainda por cima pela forma como foi feita, em declarações ao JB de ontem. Saturnino diz: "Paes não tem caráter, mas voto nele". Saturnino faliu a Prefeitura do Rio. Eleito por Brizola em 85, rompeu com ele, perdeu até eleição para vereador. Ressurgiu em 2002, através do acordo com Garotinho e Brizola (que o perdoou) e o PSB.

Um comentário:

Anônimo disse...

Abstenção, Nulos e Brancos - As Vedetes Omitidas!

*Raymundo Araujo Filho 07/10/2008 (CMI)

A leitura dos números sobre o abstencionismo eleitoral (ausências, Brancos e Nulos), nos obrigam a fazer algumas reflexões.
Nestas últimas eleições municipais tivemos um fenômeno que, ao que parece, não interessa ser comentado por amplos setores do mundo político, notadamente aqueles que acreditam, ou participam dos processos eleitorais e de Divisão do Poder, sem uma crítica radical sobre as possibilidades do exercício de bons mandatos, sem a completa transgressão das perspectivas dos Partidos Políticos, quais sejam os da Conquista do Poder Institucional, e não a Organização e Mobilização Popular.

Relendo algo sobre a vida de Joseph Proudhon (anarquista histórico), está lá que ele decepcionou-se grandemente com a vida parlamentar que teve "pois isso me afastou das bases populares, enquanto perdia tempo fazendo leis que não seriam aprovadas, pela correlação de forças no parlamento, totalmente dominado pela burguesia emergente" (George Woodcok - História das Idéias e do Movimento Anarquista - LP&M).

Assim penso que a adesão a atividade parlamentar dentro das regras do jogo estabelecido a favor do sistema, é uma inconseqüência. Mas, creio que, pelo menos na atividade parlamentar, sob a égide de um partido Não Convencional, pode-se colocar o Povo DENTRO e não fora (como platéia) do Jogo Político.

Tentar fazer Leis que não serão aprovadas, manter a iniciativa em nome do Deputado(a) ou grupo inter partidário que chancela o Projeto, manter internamente no partido a estrutura hierárquica e de exercício individual e nominal do mandato, em NOME de um Coletivo, mas não exercido PELO Coletivo, são modelos ultrapassados e que ninguém mais quer chancelar. A história de traições pelo poder são muito maiores do que os comportamentos saudáveis. O Poder Corrompe o Homem, ou é corrompido por ele.

É angustiante para os que tem formulação política e inócuo para quem não tem formulação alguma (a grande maioria), ver a continuidade da estrutura Partidária em que lideranças são forjadas muito mais pela oportunidade de exposição, por motivos, às vezes, destituídas de profundo caráter ideológico, mas sim de concordâncias até morais apenas, gerando a produção de "medalhões" dentro dos Partidos, que passam a representar um conjunto heterogêneo em muitas questões, sem respeitar as instâncias Partidárias. E espero, sinceramente, que o Abstencionismo no segundo turno seja decisão nacional dos partidos que concorreram, à esquerda.

Não há mais motivos para entregar representação alguma nas mãos de quem quer que seja. Por isso tivemos o seguinte quadro eleitoral, largamente omitido e não comentado por quase ninguém, à direita e à esquerda!

Abstenções 820.236 (17,91%),
Branco 198.152 (5,27%)
Nulo 281.130 (7,48%)
TOTAL = 1.299.518 (30,66%)

Traduzindo: Praticamente 1/3 dos eleitores recusaram a oferta que fazem, os que querem fazer parecer, que este modelito falso representativo é o único caminho para a condução dos processos políticos. E isso é fato. E não é de pequeno tamanho. O Abstencionismo foi enorme.

Chamou-me a atenção que em municípios do Noroeste Fluminense, castigados pelo abandono administrativo e depauperação econômica, houve um abstencionismo enorme, tendo município com 77% de não comparecimento, brancos e nulos. E vários em torno dos 40% de abstenções.

Quando vemos que candidatos a Prefeitos, que se apresentaram como oposição ao Sistema, mal chegaram aos 3% em média de eleitores, a primeira conclusão que chego é que, na verdade, possíveis companheiros de caminhada contra o Sistema, queriam ver palavras pelo Voto Nulo, e não candidaturas quase santas, ou travestidas de. Quando não repleta de Messianismos e Palavras de Ordem perdidas na sujeira da profusão televisiva de massa.

Nenhuma proposta dos candidatos de oposição "a esquerda" do que está aí foram ouvidas e são lembradas.
E tiveram a dimensão desse equívoco estratégico, no resultado eleitoral. Menos de 2% dos votos. Se isso não é ter se equivocado na estratégia....

Poderiam, por exemplo, se juntarem em uma coligação para defender o Voto Nulo, no horário eleitoral, lançando um candidato para ficar dizendo em suas aparições de 1 minuto que, ?embora candidato, respeita muito os partidários do Voto Nulo para Prefeitos?. E que as campanhas de candidatos ao parlamento tivessem parte de suas atividades de campanha e TODAS as inserções do Horário Gratuito, sendo apresentados coletivamente ao público. Teria sido a coqueluche eleitoral: Voto Nulo para Prefeitos e Campanha Coletiva para o Parlamento. Decerto, não seria esta fiasqueira que foi....

Dispensar a companhia de 30% dos eleitores que se abstiveram(tão heterogêneos quanto os que votaram), para ficar com menos de 2% (4% do total dos eleitores) dos que foram votar é, além de uma incongruência estatística, uma opção política equivocada.

Muitos com boa visibilidade nas suas cidades, em vez de concorrerem à Câmara, foram para o "sacrifício" de uma Campanha inaudível e invisível às Prefeituras, diminuindo na maioria das vezes, ou sequer alcançando a representação parlamentar no município. Coisa de analfabetos políticos. Ou políticos muito tradicionais, ainda.

Portanto, as grandes Vedetes não comentadas destas eleições, certamente que foram as Modalidades Abstencionistas que lograram chegar à bagatela de 30% dos eleitores aptos a votarem.

Se isso não for levado em conta, para a tentativa de se extrair e promover a maior politização possível deste fato, e levá-lo como arma contra o Sistema, principalmente se apoiado por fortes e independentes Organizaçãoe Mobilização Popular, quem sabe com uma estrutura Parlamentar horizotalizada e coletiva NO EXERCÍCIO DO MANDATO (revesamento de suplentes, divisão equânime e gestão coletiva das finanças e remunerações, projetos de Leis só com a chancela de subscrição popular, nenhum acerto com o Poder Executivo ou Composições Parlamentares, etc.).

Oposição aos Poderes Executivos e Mandatos De Costas para o Parlamenmto e de Frente para o Povo!

O Voto Nulo e Mobilizações Populares terão de ser armas utilizadas para mudarmos este País, no cenário das Eleições Executivas de 2010 (Presidência e Governos Estaduais). E que até lá, algum partido surja com as características próprias de Ação Parlamentar Popular e anti Poder Executivo, afinal, totalmente seqüestrado pelo Sistema.

Nunca é demais sonhar! E estarei disposto a participar de uma empreitada destas.