Para Valdemar Setzer, da USP, é preciso barrar a tecnologia na rotina das crianças
Felipe Werneck escreve do Rio para "O Estado de SP":
"Deixe as crianças serem infantis: não lhes permita o acesso a TV, joguinhos eletrônicos e computadores!" O alerta está no site do professor da USP Valdemar Setzer, de 64 anos.
Titular do Depto. de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP, ele defende que o computador seja utilizado somente a partir dos 17 anos. Mas admite que isso hoje é "meio utópico".
Contra o Uso de Computadores por Crianças e Jovens é o título de um dos artigos de Setzer, doutor em engenharia.
"Cheguei há muito tempo à conclusão de que o pensamento abstrato forçado pelo computador prejudica os jovens até 16, 17 anos, forçando-os a usarem uma linguagem e um tipo de pensamento que é totalmente inadequado para crianças e jovens antes de terem uma maturidade intelectual adequada."
A Escola de Educação Infantil Jardim Michaelis, no Catete, zona sul do Rio, é a única na cidade a adotar a pedagogia Waldorf, introduzida pelo austríaco Rudolf Steiner em 1919, na Alemanha, que critica o uso precoce da tecnologia e é difundida no Brasil por especialistas como Setzer. Ali, não há computadores nem TV.
Os dias são preenchidos com atividades artísticas e artesanais.
As crianças não usam uniformes, brincam com bonecos confeccionados por elas, sobem na árvore plantada por professores no quintal, ouvem em rodas histórias do folclore nacional, lancham só pratos naturais - feitos com a ajuda delas a partir de receitas dos pais - e fazem teatro de marionetes com cirandas e poesia. E não conhecem as músicas da Xuxa.
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