terça-feira, 14 de outubro de 2008

Governo Cabral monta "tropa de choque" para dificultar visita do MUSPE aos hospitais

Por Vânia Gomes, da Redação do Sindsprev/RJ
Repressão e constrangimento. Essas foram as ‘boas-vindas’ oferecidas pelo governo do estado a sindicalistas e à imprensa na vistoria ao Hospital Getúlio Vargas (Penha) e Pedro II (Santa Cruz), realizada pelo MUSPE (Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais), no último sábado. Uma ‘tropa de choque’ foi convocada para intimidar os ‘visitantes’: na entrada, policiais fortemente armados de Batalhões de Choque; com algumas exceções, subsecretários, diretores, assessores e agentes de portaria, agindo como seguranças, seguiam e tratavam rispidamente jornalistas e dirigentes sindicais. Até o subsecretário de Saúde, Manoel Santos, protagonizou uma das cenas mais patéticas.
Alegando que o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio ‘rompera a relação de confiança’ com ele, porque o sindicalista conversara com jornalistas, Manoel Santos tentou impedir que o MUSPE continuasse a vistoria. De dedo em riste, e disparando ofensas contra Jorge Darze, Santos perdeu o equilíbrio.
- Não aceito partidarização. Já que você está vestido de preto (em alusão ao blazer que Darze usava) faz ‘anauê’ (saudação dos integralistas brasileiros) para César Maia. Só deixo entrar como médico, como sindicalista, não. Não vou permitir essa bagunça – bradou o subsecretário no rol de entrada do Hospital Pedro II.
O sindicalista não se intimidou, e contra-atacou. ‘O sr. não vai cassar meu direito como médico e presidente do sindicato. Quem é ditador é o senhor. Isso não vai ficar sem resposta. Vou denunciá-lo na Justiça e no Conselho Regional de Medicina. Um médico não pode tratar outro desse modo’, ressaltou.
Para a médica e diretora do Sindsprev/RJ Silene Souza, que participou da vistoria, o governo ‘maquiou’ as unidades, recrutou ‘tropas de elite’ e tratou sindicalistas como marginais. ‘Em vez de a polícia combater a criminalidade, reprime o movimento sindical e o controle social’, critica. Silene considerou absurdo o deslocamento de vários subsecretários e os subterfúgios utilizados – servidores relataram que os setores onde foi permitida a visita foram arrumados e funcionários transferidos para lá – para causar boa impressão.
- A crise no sistema persiste. Permanece a falta de medicamentos, insumos, profissionais e equipamentos para atender a população. O que mostraram de bonito será entregue às fundações – denunciou a sindicalista.
14/10/2008.

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